domingo, 20 de janeiro de 2008

Um Outro Reino


As lágrimas tocam o chão
Então me ajoelho
Ante a dor e o desespero
Os cabelos se embaraçam
Diante do leve toque do vento
As folhas das arvores
Antes em repouso
Tremulam como bandeiras
Anunciando o que há por vir
O corpo desfalece
A alma
Antes fortemente protegida
Como um soberano império
Torna-se translúcida, fraca
Opaca como o olhar
De quem aceita a derrota
O belo e melancólico
réquiem do fim é tocado
por tantas outras almas
que juraram lealdade
à um só rei
que lhes dá
a brevidade da vida terrena
da vida ilusória
em troca da conquista
de tantas outras almas
que entregues
logo aceitam
subjulgar-se à este reinado
onde todos caminham de cabeça baixa
e então o ciclo perdurará
pela infinidade do universo
caso as lágrimas de tristeza
continuem a tocar o chão
abrindo sempre os portais
para este outro reino

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Santa Catarina


Terra distante, tão distante
Mas há de se esperar para sonhar
Terra de jardins mais floridos
Que os jardins daqui
Terra de pássaros que voam mais alto
Que os pássaros daqui
Terra de gente sorridente e contente
Terra que não é a minha terra
Mas que conquistou o meu coração
Aqui, onde estou
Encontra-se o meu corpo
A minha carne
Apenas a carne
Meu coração, ainda não voltou
E nem sei ao certo se voltará
Santa Catarina
Terra de olhos verdes
Grandes e belos
Tão belos
Olhos que dizem mais que palavras
Santa Catarina
Terra de gente tímida
Tão tímida que conquista
Gente quieta
Que nos faz querer saber
O que pensam
E desta terra
Quero conhecer mais
Ainda mais...
Santa Catarina
Desta terra
Levo seu doce e sutil sorriso
E a beleza deste lugar
Que me conquistou

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

O Dia Vindouro


Rufam os tambores
Gritam os clarins
Está anunciado
O dia vindouro
Com o tão esperado crepúsculo
Há tanto por vir
Ainda há pelo que lutar
Deixe o teu leito onde dormira
O mais esperado de teus sonos
Onde vistes o mais dourado
De todos os teus ‘’sois’’ de tua vida
Não hesitastes em tal momento
Pois a vida não espera
Irás cortar o vento
Assim como a faca corta a carne
Terás apenas longas horas
Como companhia
Serás merecedor do que procuras?
Conseguirás suportar-se no pilar
Que vai de encontro?
Ora, parece que me enganei
As duvidas lhe farão companhia
Assim como as horas
Longas horas
E tudo pode mudar
Mas se não mudar
Terás de ser forte
Assim como o moribundo
Que resiste ao último suspiro
E assim recomeça a jornada
Rufam os tambores
Gritam os clarins
Está anunciado o dia vindouro...