quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

O Pescador




Nas entranhas do pescador está a vida
O desejo incessante da sobrevivência
A vontade de fazer valer todo o seu esforço
O sonho de ser muito mais que imaginamos
Em cada alvorada ele se entrega de corpo e alma
Abraça o imenso azul do mar
Azul de mistério, azul infinito
E assim passam os seus dias
Mas o verdadeiro pescador nunca se entrega
A cada manhã ele renasce, se renova
Jogando sua rede, que tão rapidamente ganha o mar
Em busca de novos sonhos
Nunca valorizamos o que conseguimos
Nunca é o bastante os sonhos já conquistados
Sempre almejamos o que existe em outros mares
Aquilo que não nos é permitido ter e saber
E assim esquecemos de cuidarDas águas que correm em nossos mares

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

O Palhaço do Amor


Ele é palhaço
Mas não se pinta
Ele é palhaço
Mas não se veste a caráter
Ele é palhaço
Mas não está a divertir as pessoas
Ele é palhaço
Mas nem sabe que o é
O circo onde atua
Não possui trapezistas
Malabaristas e nem qualquer espécie de animal
O seu palco é todo peculiar
E nele só há espaço
Para um único espetáculo
O das desilusões amorosas
E mesmo que este tão sentimental palhaço se fira
Ele continua o seu espetáculo
Mesmo que este corte seu coração
Mesmo que este lhe arranque
Tantas e tantas lágrimas
Mesmo que este lhe cale
Quando tal palhaço deseja falar
E assim vive o palhaço do amor
Procurando sempre onde sitiar
O seu circo solitário e frustrante
Talvez um dia o destino permita
Que o circo deste derrotado e angustiado palhaço vingue
Ou talvez a vida não lhe proporcione
O sucesso mesmo que breve
Que todo artista procura
Ele é palhaço
Mas ao menos sabe que o é